Fábrica de tintas é de "segurança inquestionável"

O proprietário da fábrica de tintas TSL Portugal, onde cerca de 90 bombeiros combatem um incêndio desde as 19:20 de quinta-feira, garante que, apesar de este ser o segundo fogo em sete meses, a segurança da empresa é "inquestionável".
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Em declarações à Lusa, o empresário Manuel Silva afirmou que as causas do incêndio de agosto de 2011 ficaram por apurar, mas assegurou que, ao nível das condições de trabalho na fábrica de Fiães, em Santa Maria da Feira, "nunca se descurou nada".

"A fábrica foi montada há oito anos, de raiz. Ardeu há sete meses e foi montada novamente com o melhor equipamento que há. E é por isso que eu digo: a segurança é inquestionável", disse o proprietário e gerente da unidade.

Manuel Silva admite que o incêndio de quinta-feira possa ter sido provocado por um funcionário que, ao manusear dois bidões de diluente, "terá causado uma faísca qualquer que originou o fogo", mas, sem certezas a esse nível, o que dá por seguro é que "90 por cento da fábrica ardeu".

Referindo que a situação da TSL Portugal é agora "uma incógnita", o empresário não sabe ainda avaliar a dimensão dos prejuízos nem em que medida isso afetará os postos de trabalho dos 44 funcionários da unidade, mas adiantou: "Tudo farei para manter os empregos de todos, se possível".

"Nesta empresa não há nenhum fornecedor ou funcionário que não receba no dia do vencimento", continuou Manuel Silva. "Quando o incêndio começou eu estava a preparar os salários para fazer as transferências e agora, apesar disto, os trabalhadores vão receber na mesma na próxima sexta-feira".

"O que mais me preocupa neste momento é um trabalhador que está queimado, porque isso é que é realmente grave", referiu, concluindo: "Há outro funcionário que também foi para o hospital, mas nesse caso a situação é mais tranquila, porque isso foi só por ele ter inalado fumo".

Miguel Gomes, que comandava as operações de combate ao fogo, em representação dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz e coordenando o trabalho de nove corporações do distrito de Aveiro, também não soube precisar qual terá sido a origem do sinistro.

Disse, contudo, que, à chegada ao local, "o armazém já estava totalmente tomado pelo fogo e em risco de se propagar a outro armazém da mesma empresa, mas do lado direito", pelo que a prioridade foi circunscrever o incêndio e evitar que esse alastrasse à mancha florestal envolvente.

Nesse trabalho, houve várias dificuldades a enfrentar: "As temperaturas eram muito elevadas, as chamas eram muito altas, os produtos da empresa são derivados de tinta altamente inflamáveis, as explosões eram constantes e violentas e isso fez com que não pudéssemos avançar logo em ataque direto".

Às 22:00, Miguel Gomes dava o incêndio por controlado, mas adiantava que as operações de rescaldo se deverão prolongar até meio da madrugada, porque no local "ainda há muito restolho, as temperaturas ainda estão altas e muito material que há lá por baixo vai ter que ser retirado com máquinas".

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